William Friedkin

Ninguém é imortal. Mesmo que gostemos da pessoa, uma hora ela se vai. Dentro do mundo do cinema, acabamos esquecendo disso. Talvez por gostarmos tanto dos filmes acabamos por colocar os seus autores em algum tipo de patamar de imortalidade.

William Friedkin morreu nesta segunda feira e logo pensei no quanto somos impactados pelo cinema e pelas obras destes diretores. O Exorcista é um dos meus filmes favoritos da vida, o livro de William Peter Blatty também está no mesmo nível. Não consigo esquecer as cenas do filme, muito menos a sensação de dubiedade sem saber se Reagan estava realmente possuída ou se tudo não passava de questões psicológicas.

O Exorcista é um filme que mudou a história do cinema de horror. Até hoje vemos isso, é só lembrar que quando temos um filme novo de horror a campanha de marketing tenta vender como um “novo O Exorcista”. Como sabemos, na grande maioria dos casos não passa disso: campanha de marketing. Um talento como o de William Friedkin não é algo que se tenha em qualquer lugar.

Friedkin fez diversos grandes filmes, O Exorcista, O comboio do medo, Operação França, Cruising, Viver e Morrer em Los Angeles entre outros. Todos valem a pena de se descobrir ou de se redescobrir, caso já tenha assistido em algum momento da vida. Se há algo que acontece sempre nestes momentos de morte desses grandes autores é este movimento de redescobrir suas obras, mesmo quando já se passaram anos e anos.

A morte é uma certeza, mas a arte é algo que atravessa o tempo. Que sorte temos.

Euller Felix

Cientista Social, pesquisador e crítico de cinema. Um dos Organizadores dos livros "O Melhor do Terror dos anos 80" e "O Melhor do Terror dos anos 90", ambos publicados pela editora Skript.

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