Skip to content

Dialéticas da Imagem

Por Euller Felix

Menu
  • Início
  • Artigos
  • Dialética Crítica
  • Críticas
  • Sobre
Menu

Ataque de Cães

Posted on 6 06+00:00 Dezembro, 2021

Estreou na Netflix o filme “Ataque de Cães”, novo filme de faroeste e que foi dirigido pela cineasta Jane Campion. Assim como “First Cow” de Kelly Reichardt, o filme traz um olhar diferente e mais sensível sobre o velho oeste e os filmes de faroeste de modo geral.

O que vemos é uma história passada no ano de 1925. Nele temos dois irmãos, George (Jesse Plemons) e Phill (Benedict Cumberbatch), que estão passando por uma relação conturbada. Tudo começa a ficar ainda mais complicado quando George se casa com Rose (Kirsten Dunst) e começa a focar e dar mais importância para a sua relação do que a fazenda que ambos cuidam.

A presença do filho de Rose, Peter (Kodi Smit-McPhee) também é um fator de atrito. Principalmente por ele ser uma pessoa mais delicada e representa aquilo que vem “de fora”. E têm também toda a questão da masculinidade tóxica, que faz com que Peter seja motivo de chacota para alguns dos trabalhadores da fazenda.

Gosto de pensar que a figura do Phill representa não só aquele homem do passado, como também todo o gênero western. O mundo agora é outro, e onde não havia espaço para sentimentos e sexualidade por conta do esteriótipo de que o homem deve ser. Inclusive, a figura de Phill sempre reclama das mudanças e tá sempre querendo referenciar o passado, representado por aquele que o ensinou tudo, no caso um homem chamado Bronco Henry.

E aqui eu preciso dizer uma obviedade, o filme e essas questões que refletem a masculinidade tóxica dificilmente seriam feitos desta forma e com tanto acerto se a obra não tivesse sido dirigido por uma mulher. E aqui cabe novamente lembrar de “First Cow” que trata com sensibilidade a amizade no velho oeste.

Jane Campion filma como uma artista que pinta uma obra de arte. Há cenas que são simbolismos para os sentimentos dos personagens, como a vista da montanha que parece um cachorro, ou da relação entre Phill e Bronco Henry. Em um diálogo ouvimos que Bronco salvou Phill dormindo durante uma noite fria abraçado com ele, Peter pergunta se eles tiraram a roupa. Pouco antes disso, Phill também fala que Bronco ensinou tudo que ele sabe e tudo que ele é.

Muitas cenas são referenciais a discussão da masculinidade tóxica. Em uma em específico homens estão se mergulhando em um mar e se admirando mutuamente. Nessa mesma parte do filme Peter encontra uma caixa de Phill com diversas revistas de fisiculturistas e com vários corpos masculinos nus. Como se parte da agressividade destes homens se dá principalmente pela sexualidade reprimida.

“Ataque de Cães” é um dos melhores filmes desse ano. E me deixa contente pensar que dois dos filmes que mais gostei de assistir sejam releituras contemporâneas em estilo e forma de filmes westerns.

Share this:

  • Facebook
  • X

Like this:

Like Loading...

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos recentes

  • A crítica e Emília Perez 8 08+00:00 Fevereiro, 2025
  • Dialética Crítica: Gabriel Carneiro 3 03+00:00 Fevereiro, 2025
  • David Lynch 17 17+00:00 Janeiro, 2025
  • Nosferatu 4 04+00:00 Janeiro, 2025
  • Dialética Crítica: Álvaro André Zeini Cruz 27 27+00:00 Dezembro, 2024

Categorias

  • Artigos
  • Convidados
  • Críticas
  • Dialética Crítica
  • Uncategorized

Receba notificação de novos artigos no email

Enter your email address to subscribe to this blog and receive notifications of new posts by email.

Join 7 other subscribers
©2025 Dialéticas da Imagem | Design: Newspaperly WordPress Theme
%d