Quanto de história cabe em pouco menos de oito minutos? Como contar um fato, desenvolver personagens em tão pouco tempo? É uma tarefa difícil, mas a nova safra de curtas metragens parece estar nos apontando um caminho bem interessante sobre assertividade nas escolhas de um filme.
O curta “A Guerra de Iguape” é baseado nos diários de bordo Pero Lopes de Souza e conta uma história sobre a resistência dos povos que estavam aqui e lutaram contra a colonização. É uma espécie de documentário, que se utiliza de animações para contar o que aconteceu naquele período.
Vemos uma história curiosa e instigante. Não só isso, mas um ato de resistência contra aqueles que nos colonizaram. Um ato de rebeldia contra os de cima e contra os grandes poderes daquela época. Uma luta de classes antes da formação das classes sociais tais como as entendemos hoje em dia.
Em um momento onde há diversas produções nacionais que ou glorificam os colonizadores e membros da realeza, assistir a um filme que mostra a resistência de povos indígenas contra os colonizadores é, por si só, um grande ato de resistência cultural.
E acima de tudo, é um filme divertido. Conta uma história não como uma didática engessada, mas de forma leve e instigante. É didático no melhor sentido que essa palavra pode ser utilizada para se referir a uma obra.