Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Assistindo ao curta “Lamarca e Cajati” foi essa frase que ficou ressoando na minha cabeça. É basicamente um relato em primeira pessoa da passagem do militante e militar Carlos Lamarca por Cajati.
Lamarca desertou do exército e lutou contra a ditadura militar instaurada no Brasil em 1994. O curta conta como foi a passagem dele por Cajati, como foi a vida das pessoas ali em volta e como foi que o exército chegou ali tentando procurar por ele.
É engraçado que, mesmo que o filme não mostre muitas imagens – na verdade é só um homem contando tudo e uma ou outra fotografia – é uma obra que consegue suscitar em quem assiste as imagens daquelas situações. Enquanto aquele homem vai falando, as imagens vão se formando em nossas mentes. É quase como uma poesia, cada palavra, cada memória, nos toca intimamente.
Ver curtas regionais é um grande exercicio, a qualidade somada com a história da vida e das pessoas que vivem ali, fazem de obras de menos de dez minutos serem ainda mais tocantes que muitas obras pensadas e produzidas com grandes orçamentos e em longa metragem. O bom cinema ainda pode ser uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.
Você pode assistir ao filme na Mostra de Cinema do Vale do Ribeira.