Já disse aqui no blog – ou talvez tenha sido em outro lugar -, o estranho me fascina. Adoro ver obras que me desafiam a entender o que está acontecendo. Que me chama a interpretar as imagens que estão rapidamente passando na tela. Talvez este seja o motivo de eu gostar tanto de acompanhar as mostras de curtas dos festivais. Assisti “Escalpelo”, dirigido e escrito por Tayná Torello e a estranheza logo me pegou.
O curta tem poucos minutos – são pouco mais que 2 minutos – e desde o começo já te fascina. São rabiscos, desenhos, que se movimentam e se antropomorfizam. São pessoas, uma mulher e um homem, e tem uma galinha também – que, aliás, dá a trilha do filme. Nesses dois minutos muita coisa acontece, vemos e escutamos alguém picando algum tipo de alimento com a faca. Depois disso vemos uma briga e ele acaba assim.
Esse final, junto com imagens meio que indecifráveis, dá o tom de estranheza. Termina os dois minutos e pouquinho e pensamos: o que acabamos de assistir? Para ser sincero eu não sei muito bem responder. Mas precisamos mesmo ter certeza de tudo? Todas as obras precisam ter um final? Acredito que não. Se Thayna queria confundir e deixar curioso com um ar de “quero mais” ela conseguiu.
Esse desprendimento é o que mais me fascina pelos curtas. Só é necessário contar aquela história, o resto podemos deixar para lá, tendo ou não respostas.
Você pode assistir ao filme na Mostra de Cinema do Vale do Ribeira.