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Dialéticas da Imagem

Por Euller Felix

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Cinemateca Brasileira: balanço do plano emergencial

Posted on 4 04+00:00 Fevereiro, 2022

Reproduzo abaixo informações sobre a Cinemateca Brasileira que acabei de receber. O texto está publicado no site cinesac.org.br

 NOTA

A retomada da Cinemateca Brasileira vem acontecendo aos poucos, após 16 meses de fechamento e interrupção dos trabalhos da entidade. No dia 18 de outubro, a Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) venceu o Edital de Chamamento Público para assumir a gestão da instituição. No mês seguinte, firmou um contrato de doação com a Secretaria Nacional do Audiovisual (SNAv) para executar um plano emergencial, com fundos provenientes do Instituto Cultural Vale, e reconstituir o Conselho Consultivo da Cinemateca.

No dia 18 de novembro, 20 ex-funcionários da área técnica, que haviam sido demitidos pela antiga gestora, foram recontratados, como pessoas jurídicas, para assumirem seus postos nas áreas de documentação, difusão, preservação e laboratório.

É bom salientar que o longo período de paralisação do funcionamento da Cinemateca Brasileira, responsável pela preservação e difusão da produção audiovisual do país, provocou graves problemas, como os detectados nos equipamentos de restauro, digitalização e duplicação de filmes pela falta de uso e por vazamentos no telhado do laboratório.

Nas primeiras semanas do processo, a equipe técnica realizou uma força-tarefa para avaliar a situação do acervo e da infraestrutura tecnológica e predial da sede da instituição, localizada na Vila Clementino, para definição dos fluxos de trabalho passíveis de retomada imediata.

As análises realizadas nos espaços de trabalho e de guarda de materiais do acervo apontaram como preocupante a situação de infiltração de água de chuva no Galpão 4, resultando em marcas nas paredes, nos pisos, nos mobiliários e equipamentos. Houve uma tentativa de consertar o telhado antes da entrada da SAC, mas sem sucesso. Neste Galpão estão instalados, além do Laboratório de Imagem e Som, depósitos de coleções fílmicas e documentais, bem como as áreas técnicas de preservação, difusão e atendimento. Foi necessário um rearranjo temporário dos espaços para execução dos trabalhos emergenciais. Desde novembro, a SAC vem empenhando esforços em torno de um projeto para reparação do telhado do Galpão 4, com vistas à proteção dos núcleos ali instalados.

Os projetores de filmes das salas de exibição e da área externa estão com defeitos e as telas danificadas. Saídas de som eexaustores de ar também apresentam deficiências.

A coleção de filmes em suporte de nitrato de celulose, uma das mais frágeis e que demanda cuidado permanente, voltou a ser analisada e a equipe já constatou a deterioração de 25 rolos, que precisam ser duplicados imediatamente. Entre esses materiais, há títulos preciosos como As curas do professor Mozart, Veneza americana, documentários sobre a Revolução de 1932, Tecelagem Votorantim etc.

O jardim da Cinemateca que é usado pelos moradores do entorno apresentou seis árvores comprometidas por cupins que terão de ser removidas e substituídas por mudas. Essa operação está em curso, pois depende de aprovação e acompanhamento da Subprefeitura de Vila Mariana.

O Centro de Documentação e Pesquisa que engloba a Biblioteca Paulo Emílio encontra-se relativamente em ordem e será reaberto ao público em fevereiro. Os sistemas de informação do acervo não fílmico foram recuperados e vem sendo atualizados pela equipe de pesquisadores e catalogadores.

Nesse período, foram realizadas, ainda, reuniões com gestores públicos e representantes das principais empresas contratadas para serviços contínuos na Cinemateca, relacionados à segurança, limpeza, manutenção e climatização. Foram verificadas as condições de cada contrato, tendo em vista a operação do projeto emergencial e também a futura gestão da SAC, que foi reconhecida pelo governo federal como Organização Social apta a gerir a Cinemateca Brasileira pelos próximos cinco anos.  

Mesmo com todo esse árduo e minucioso trabalho pela frente, a previsão de reabertura total da Cinemateca Brasileira ao público ocorrerá gradualmente e está prevista para o primeiro semestre deste ano. Enquanto isso, o Banco de Conteúdos Culturais, que disponibiliza mais de 10.000 itens on-line relacionados ao campo do audiovisual, já foi reativado pelo Ministério do Turismo e está em pleno funcionamento.

Em 27 de dezembro foi publicado o Decreto presidencial nº 10.914/21, qualificando a SAC como Organização Social e, no dia 29, foi então assinado o Contrato de Gestão com a Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.

Unidade Cinemateca Brasileira-Vila Leopoldina

Somente em 30 de dezembro foi realizada a primeira visita técnica à unidade da Vila Leopoldina para averiguação das condições após o incêndio que atingiu o local no dia 29 de julho de 2021. Os depósitos climatizados que abrigavam materiais fílmicos e documentais estão totalmente destruídos, com cobertura temporária e precária. Parte do telhado original permanece sobre os escombros dos itens queimados, o que dificulta a identificação de possíveis materiais sobreviventes. O laudo do incêndio ainda não foi divulgado pelas autoridades competentes. Sem ele é impossível analisar as causas do sinistro, bem como avaliar a extensão das perdas.

Relatórios com propostas de medidas a serem adotadas pela União Federal, quando uma enchente inundou o espaço em fevereiro de 2020, haviam sido encaminhados pela Cinemateca. No entanto, na recente visita técnica, constatou-se um acúmulo de danos oriundos da enchente e do incêndio, numa combinação muito desfavorável ao resgate do material sobrevivente. A SAC, por sua vez, iniciou tratativas junto à Defesa Civil e representantes do governo sobre o imóvel da Vila Leopoldina e os materiais ali armazenados, bem como autorizações para entrada, movimentação e transferência imediata de itens.

Resumo das ações realizadas até o momento, durante o Plano Emergencial:

●      Levantamento de orçamentos para o projeto técnico e para a obra no telhado do Galpão 4.

●      Retomada da inspeção regular do estado físico/químico dos filmes constantes da Coleção Nitrato.

●      Enumeração de pendências dos contratos continuados, e os devidos encaminhamentos (orçamentos, priorizações etc.).

●      Articulação junto à prefeitura e à Defesa Civil para desinterdição do imóvel da Vila Leopoldina.

●      Estudos e orçamentos para a transferência de acervo e bens relevantes do imóvel da Vila Leopoldina.

●      Encaminhamento técnico dos materiais fílmicos e documentais transferidos pelo Corpo de Bombeiros da unidade incendiada da Vila Leopoldina para a sede da Cinemateca.

●      Mapeamento das manutenções necessárias na área técnica para retomada dos demais fluxos de trabalho (Difusão, Laboratório, TI, entre outros).

●      Retomada dos atendimentos relacionados ao acervo, a partir de lista de prioridades encaminhada pela SNAv e de outras surgidas nesse processo de recuperação.

●      Prospecção de apoiadores para execução das medidas emergenciais, como as listadas aqui.

●      Elaboração do Regulamento de Compras, Contratação de Serviço, Locação e Chamada de Preços; Manual de Recursos Humanos e Plano de Cargos, Salários e Benefícios.

●      Retomada das redes sociais oficiais da Cinemateca Brasileira.

 

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1 thought on “Cinemateca Brasileira: balanço do plano emergencial”

  1. RENATA COSTA diz:
    9 09+00:00 Fevereiro, 2022 às 11:35 am

    Que trabalho importante de dar publicidade ao andamento do processo de recuperação Euller, que sigamos cobrando e acompanhando esse importante arquivo e centro de memória do cinema nacional.

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