Se eu tivesse que definir o filme “King Kong em Assunção”, filme de Camilo Cavalcante, em uma só palavra eu diria que é uma obra fluída. Que demonstra um movimento, que sugere uma ida. Inclusive, na cena inicial do filme ouvimos em uma narração que “a vida é um percurso” e é isso que vemos. Um percurso de um homem em busca da sua própria redenção.
Vemos um assassino de aluguel tentando ir em busca de paz. Ele terminou um serviço e está caminhando para encontrar-se consigo mesmo. Buscando, ao que aparenta, não o perdão, mas o encontro. O perdão ele sabe que não vai ter, todas as pessoas que tiveram a vida ceifadas por ele fazem questão de aparecer e lembrá-lo de que foram mortas por ele. Quase como uma pesadelo-julgamento de todos os seus pecados. Enquanto tudo isso acontece ouvimos uma narração que nos contextualiza dos pensamentos do velho assassino e também nos dando pistas do que acontece em um outro plano.
Quando pesquisamos sobre o filme vemos que ele é definido como um “road movie”, ou traduzindo para o nosso idioma “filme de estrada” e faz jus ao que a obra realmente é. É um homem andando pela estrada dos países e também da sua mente. Navegando por lembranças, sentimentos, passado e presente. É levando até as ultimas consequências a ideia inicial de que o filme é sobre os percursos da vida.
O filme recebeu prêmios no 48° Festival de Cinema de Gramado e tem estreia programa para o dia 02 de Setembro de 2021.