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Por Euller Felix

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Babadook a exteriorização dos nossos monstros interiores

Posted on 27 27+00:00 Maio, 2021

Sempre quando as pessoas falam sobre as melhores obras do cinema de horror dos últimos dez anos, costumam citar três cineastas, que fizeram dois filmes cada entre os anos 2010 e 2020, são eles: Ari Aster, Jordan Peele e Robert Eggers. Os três são citados com razão, já que é incontestável a qualidade que todos eles têm como diretores, além, é claro, que de fato, as obras deles figuram entre as melhores da última década. No entanto, algo me incomoda. Parece que as pessoas se esquecem da Jennifer Kent, cineasta que deu vida a uma das melhores obras de horror dos últimos anos e que, no período em que foi lançada, foi discutida e muito recomendada pelos consumidores do horror. Estou falando de O Babadook.

Antes de partirmos para o filme e as discussões e interpretações que podemos propor a partir dele, vale lembrar que Kent também faz parte desse time de diretores que entre os anos 2010 e 2020 lançou dois filmes que tiveram qualidade acima da média, “O Babadook”, tema da coluna de hoje e; “The Nightingale” que conta a história de uma jovem que busca vingança contra oficiais da coroa britânica após eles terem torturado e assassinado toda a sua família. Esse último filme se insere dentro do fantástico, mas ainda assim é aterrorizante.

Já em “O Babadook” temos Amélia, uma mulher e seu filho Samuel, que estão vivendo com todas as dificuldades, financeiras, de relacionamento e também pelo trauma causado pela morte do marido/pai, que aconteceu no dia do nascimento do filho. É importante dizer que os dois membros da família estão sofrendo com esses traumas. A mãe parece ver em seu filho sempre a figura do marido. O filho sente toda a rejeição vinda da mãe e exterioriza isso com rebeldia. Acontece que em uma das brincadeiras de Samuel ele encontra um livro chamado “O Babadook”. Quando o livro é lido uma espécie de monstro é liberado e ameaça a vida dos dois.

Babadook pode ser lido como a exteriorização dos traumas da família. Ele é a materialização do luto, ansiedade e depressão que toda aquela família enfrenta. Ele vive e espreita pela casa, no porão e em todos os cantos está presente, assombrando a vida dos dois.

A forma como Kent materializa e faz com que os traumas tomem forma é literalmente aterrorizante. Ela consegue criar uma identificação filme/personagem/público de forma tão contundente que nós, enquanto espectadores, sentimos toda a ansiedade e clima melancólico que ela parece querer nos passar.

Ari Aster, Jordan Peele e Robert Eggers são realmente nomes que temos que ficar de olho, e com certeza, Jennifer Kent não fica atrás. Por aqui estou ansioso (no bom sentido) pelos seus próximos trabalhos.

Texto originalmente publicado na coluna Mundo Fantástico na página do Cinefantasy em 17 de Maio de 2021.

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